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P. O. R. T. A. L. # 1

Performance ritual de uma suspensão corporal, pelo cabelo, onde se explora os limites do corpo e de estados alterados da consciência, em busca do transpessoal, desde um contexto folclórico e do resgate do sagrado (do retorno do desejo da era pré-axial e do sentido de comunidade). O rito da ação é dirigido tanto pela cantiga tradicional da “Rebela do Douro, marcada pelo ritmo do tambor, bem como, pelos toques dos paus dos pauliteiros de Sendim; servem de dispositivos para a experiência do numinoso.  
Enquanto proto-performance, foi propôs-to como método de estudo a “observação participativa, desde uma rotina diária de exercícios de tensegridade, também conhecidos por “passes mágicos” (exercícios físicos centenários praticados pelos índios do méxico) de maneira a aumentar a energia corporal e a desenvolver uma maior consciência de estados não ordinários de maneira a prepar o corpo (físico, energético, emocional e mental) para performance.
Ainda no seguimento do processo performativo, foi feita uma pesquisa dos arquivos de memória da infância, pois nas práticas xamânicas, entende-se como um momento rico em experiências visionárias e místicas e que permanecem na nossa memória consciente ou inconsciente. Dos vários suportes revisionados sobressaiu especialmente um desenho — “O Circo” de 1989 —, cuja personagem de uma artista circense é representada e o símbolo do losango, presente na roupa e adereços, ressalta. Tendo em conta o significado do losango como símbolo feminino desde tempos pré-históricos: como representação da vulva, da serpente, do falo e ainda, como matriz da vida. O losango na sua dualidade é também símbolo da ponte entre o céu e a terra, entre o mundo superior e o mundo inferior. Neste sentido, o mesmo transitou para o adereço do colar da performer, feito feltro e de espelhos com a forma de losangos, como objeto mágico para a execução da cerimónia.
2011, Sónia Carvalho (Gil Raro, Locus Horrendus Body Suspension, Pauliteiros de Sendim, curadoria de Hugo Soares), Mental physical temporary#1, Jup, Porto. Photo: Paulo Pimenta.

Sónia Carvalho

Sónia Carvalho (1978, PT). Artista plástica, performer e investigadora [ID+ (UA/DeCA] e CIEBA]. Investigadora subsidiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Atualmente está a estudar o Doutoramento em Belas Artes, especialidade de Pintura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Desenvolve uma prática transdisciplinar, da Performance ao Vídeo, da meditação à Pintura; centrada na pesquisa da prática ritual e na represent(ação) do Corpo e, do estudo dos símbolos e seus arquétipos femininos, como lugar de espiritualidade — para a criação da imagem e das imagens em movimento. A partir das práticas rituais tem vindo a explorar mais recentemente a sensação de “estranho familiar”, como por exemplo a partir de situações como as lides domésticas e de limpeza, onde se mesclam os limites entre “doméstico-publico e privado”, o “social e o sexual” e o “simbólico-sagrado” — agregados à pesquisa do folclórico e que atuam como dispositivos da experiência simbólica do numinoso e da intuição selvagem feminina.
Expõe o seu trabalho desde 2002, destacando a exposição individual “In Between”, na Galeria de Arte Contemporânea Plumba, no Porto; a coletiva “Opções e Futuros” comissariada por Miguel Amado na Galeria de Arte Contemporânea “Arte Contempo”, Lisboa. Também participou na feira de arte FIL de Lisboa. Com os projetos de Dj/Vj e Performance salientam-se os espaços tais como a Casa da Música, no Porto, o MusicBox em Lisboa, a Tabacalera em Madrid, e as atuações com o coletivo Alemão Pfadfinderei, o produtor Americano Arthur Baker, entre outros. Foi selecionada para o Taster Lx da Red Bull Music Academy. Tem obra plástica em várias coleções portuguesas destacando-se a Fundação PLMJ. Mais recentemente com o projeto artístico “Struggle Like A (Wo)Man #1”, 2019, foi selecionado ao abrigo do programa de estímulo à criação promovido pela Câmara Municipal de Torres Vedras, Portugal; bem como participou no mesmo ano, no workshop “Cleaning The House” da artista Marina Abramovic, na Grécia. Ainda no corrente ano participou na primeira residência digital — a residência artística internacional OCA (1.ª versão digital) – “Transmetatlanticus”, Brasil/Portugal, produzida pela associação EMERGE em pareceria com a Casa Niemeyer – Universidade de Brasília. (http://www.soniacarvalho.com)

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