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INTERMITÊNCIAS #1

Esta performance cria um diálogo entre a presença dos corpos ao vivo e a presença das suas vozes duplicadas por gravações realizadas durante a preparação da apresentação. O trabalho enquanto tema afirma-se aqui como uma das linhas de acção fundamentais do projecto “Intermitências”. Aproximamo-nos do imaginário da fábrica, da cidade industrial, numa evocação do  imaginário das fábricas nos finais do século XIX, início do século XX; lugares de propagação de novos modos de produção, que por sua vez serviriam de motor à alterações profundas no tecido social. As conversas em estúdio serviram de base à construção de um discurso documentado e utilizado como parte da banda sonora da acção, dando relevo à ideia de despersonalização e especialização do corpo submetido à rotina do trabalho, à produção em série, à adaptação permanente a novas tecnologias de produção. A performance integra encadeamentos de procedimentos: conversas que produzem imagens, imagens que por sua vez provocam novos processos de transformação de matérias. Experimentam-se processos de repetição, de desmontagem e de transformação de estruturas em vidro, montadas de forma precária. O vidro é utilizado como material e como filtro visual, uma substância em estado transitório, transparente, que permite a visibilidade entre diferentes espaços, entre o dentro e o fora. O som intermitente de uma sirene de fábrica, integrado na banda sonora, reproduz uma espécie de chamada ao trabalho, de convite à transposição do espaço que divide a produção industrial e a vida privada.
2015, Jérémy Pajeanc (Joclécio Azevedo), INTERMITÊNCIAS #1, Teatro Municipal Rivoli, Porto. Photo: José Caldeira/TMP.

Jérémy Pajeanc

Jérémy Pajeanc (Paris em 1988), onde realizou a sua formação inicial, é artista plástico e professor. Vive atualmente no Porto e na Marinha Grande. Leciona no Lycée Français Inter. de Porto. Formado em Artes Plásticas, especializado em Pintura pela FBAUP. Desenvolve investigação sobre a relação entre Arte e Ciência no vidro e Arte e História. Trabalha sobre os fluxos migratórios e os êxodos que formaram a cultura ocidental contemporânea, campo onde tem direcionado o seu trabalho.
Tem exposto regularmente individualmente ou em coletivo e realizado e participado em diversas performances, conversas e conferências em cidades nacionais e internacionais. Já foi distinguido por diversos prémios nacionais e internacionais. Membro do grupo Expedição, fundou em 2018 com Maria Trabulo o In Spite Of.

Copyright ArtPerformance.net - CC BY-NC-ND
 
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